As próximas missões da NASA para pousar astronautas na lua serão notavelmente distintas da última em 1972. Em vez de voar diretamente para a lua, a espaçonave será reabastecida durante o percurso — uma inovação que pode modificar a forma como os humanos exploram o cosmos.
Além de talvez tornar viagens habituais para a lua menos custosas, o reabastecimento durante o voo poderia habilitar expedições mais profundas no espaço. A NASA está investindo bilhões para concretizar essa tecnologia: recentemente, a agência espacial concedeu um contrato de vultosos US$ 3,4 bilhões à Blue Origin, empresa estabelecida por Jeff Bezos.
Anteriores acordos no montante de aproximadamente US$ 4 bilhões foram outorgados à SpaceX de Elon Musk, que tem planos para efetuar as duas primeiras missões ainda nesta década, seguida pela Blue Origin.

No entanto, enquanto a SpaceX planeja reabastecer sua enorme nave Starship em órbita baixa da Terra com uma frota de naves-tanque, a Blue Origin propõe algo diferente: um módulo lunar reutilizável que permanecerá em órbita ao redor da lua entre as viagens à superfície lunar.
A empresa também está trabalhando em uma espaçonave de reabastecimento chamada “transportador cislunar” que transportará combustível da órbita terrestre para a órbita lunar, onde se conectará ao módulo lunar.
O plano da Blue Origin
Aqui está uma visão do plano da Blue Origin que a NASA adotou, segundo reportagem do The Washington Post:
- Lançamento para a lua
- O módulo lunar da Blue Origin, chamado de Blue Moon, teria cerca de 52 pés de altura, com quatro pernas. Ele seria lançado no foguete New Glenn da Blue Origin.
- O módulo lunar voaria diretamente para a lua e permaneceria em órbita lunar, onde aguardaria o reabastecimento pelo transportador cislunar.
- Montagem do transportador cislunar
- Em seguida, a Blue Origin lançaria as duas partes do transportador cislunar em órbita baixa da Terra em um par de foguetes New Glenn. Uma vez em órbita terrestre, eles se acoplarão e depois serão reabastecidos por outro foguete New Glenn.
- Uma vez totalmente abastecido, o transportador cislunar voaria até a lua para se encontrar com o Blue Moon.
- Após o reabastecimento, o Blue Moon se acoplaria à Gateway, a pequena estação espacial que a NASA planeja montar em órbita lunar. Em seguida, aguardaria a chegada dos astronautas.
- A cápsula da tripulação Orion seria lançada no topo de um foguete Space Launch System e voaria até a Gateway.
- Lá, os astronautas transfeririam da Orion para o Blue Moon por meio da Gateway.
- O Blue Moon se separaria da Gateway e se prepararia para viajar até a superfície da lua.
- Pouso na lua
- Os astronautas ficariam dentro do módulo lunar enquanto ele desce para a superfície da lua.
- A missão na superfície lunar deverá durar uma semana ou mais.
- Uma vez concluída a missão, o Blue Moon decolaria para levar os astronautas de volta à Gateway.
- Lá, eles reentrariam na cápsula Orion para iniciar a jornada de volta à Terra.
- O módulo lunar permaneceria em órbita lunar, enquanto o transportador cislunar retornaria à órbita terrestre baixa aguardando sua próxima missão.
A NASA espera encontrar água na forma de gelo nas crateras permanentemente sombreadas do polo sul da lua. A água é vital não apenas para sustentar a vida humana; suas partes componentes, hidrogênio e oxigênio, podem ser usadas como combustível para foguetes.
É por isso que a Blue Origin propõe alimentar seu módulo lunar com as formas líquidas de hidrogênio e oxigênio. Naves espaciais que podem ser reabastecidas podem ser usadas repetidamente, reduzindo os custos das viagens espaciais, algo que a NASA espera e que permitirá uma presença mais permanente na lua e em sua órbita.
Com informações do site Olhar Digital